Sabe aquele dia sem tempo? Sem tempo de cozinhar, sem tempo de comer, sem tempo de chegar a tempo? Ando cheio deles, até pra distribuir (alguém quer?). E nesses dias uma comida gostosa faz falta, mas em dias sem tempo é também dias sem opção, pois você nunca acha um lugar para comer algo rápido e gostoso (mesmo que não necessariamente saudável), e eu sempre recorro aos chips, amendoim, bolachas veganas e outras coisas que encontro no caminho (que vão me fazer mal depois) quando eu morreria por um sanduíche, aquele brócolis ao molho branco ou aquele feijão (sem o bacon) do restaurante que passei, coisas que poderiam ser veganas, mas em dias sem tempo, nunca são.
E é aí que você percebe que quando se está com fome e ansioso, qualquer ideologia que tenha, fica balançada. Infelizmente é nesses momentos que muitos amigos meus tornaram-se “ex”-veganos.
A tentação e a privação são realmente algo que frustra e faz a pessoa querer fechar os olhos para o problema. Ela simplesmente vira e diz “Eu não consigo”. E qualquer pessoa que me fala “Eu não consigo”, me parte o coração.
Eu não quero que o veganismo seja um problema pra você nem pra mim, principalmente nesses dias que o que você mais quer são soluções. Mas o veganismo é, e continuará a ser um “problema” até que você chegue para o gerente do único lugar que você achou para comer e diga “você não tem nada que não tenha produtos de origem animal?”. Se você não pedir, ele não vai adivinhar. Nunca se deve estar tão sem tempo que nem consiga dizer NÃO à crueldade com animais. Afinal, isso é o ativismo para quando você “não tem tempo”.
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